Policiais grevistas elaboram contraproposta para governo da Bahia

06/02/2012 16:22

 

Após rejeitar a proposta do governo de reajuste de 6,5% retroativo a 1º de janeiro, feita no domingo (5), os policiais em greve preparam uma contraproposta para o governo da Bahia na manhã desta segunda-feira (6). O grupo, que está em greve desde terça-feira (31), pede anistia administrativa e revogação das prisões, além do pagamento da Gratificação de Atividade Policial (GAP), concedida por lei aos policiais com carga horária de 40 horas semanais. Os policiais reivindicam o recebimento da GAP 4, que seria recebida em parcelas pagas a partir de agora, já a GAP 5, a partir de 2013. 

Sobre a proposta apresentada pelo governo, o presidente da Aspra, Marco Prisco disse que a oferta para colocar fim à greve dos PMs não é nova. "Essa proposta é linear e vale para todos os servidores públicos. Ela já foi feita e recusada há duas semanas", afirmou.

Greve PM-BA (Foto: Editoria de Arte/G1)

O clima provocado pelo cerco das forças do governo ao prédio da Assembleia Legislativa de Salvador, onde os PMs estão acampados, preocupa o líder grevista. Prisco teme um confronto. "Se o Exército invadir o prédio pode acontecer uma catástrofe. Não posso controlar a reação da categoria. Pode ser uma tropa armada contra outra tropa armada", afirmou.

Segundo o líder grevista, cerca de 4 mil pessoas, entre policiais e seus familiares, incluindo cerca de 300 crianças, ocupam o prédio da Assembleia. "A força não vai evitar o fim da greve ou o movimento".

De acordo com o secretário de comunicação do governo da Bahia, Robson Almeida, a proposta não oferece anistia aos policiais que tiveram prisão preventiva decretada.

Desde o início do dia, cerca de 600 homens do Exército, além de 40 agentes do Comando de Operações Táticas (COT) isolam a área próxima à Assembleia Legislativa na tentativa de garantir a livre circulação e o funcionamento do Centro Administrativo da Bahia (CAB). O isolamento da área também visa facilitar o cumprimento pela Polícia Federal de 11 mandados de prisão contra integrantes do movimento grevista.

Um grupo de pessoas que apoiam os grevistas chegou a entrar em conflito com os homens que fazem o policiamento na região. Tiros de borracha chegaram a ser disparados contra o grupo, que avançou na direção dos soldados.